Pauta: Entrevista com o Presidente Marcelo, em que gostaríamos de saber sobre sua experiência em gerir um clube da grandeza do Bahia e o Planejamento para os próximos 02 anos.Perguntas:
1. Presidente: O Senhor é um dos presidentes de clubes mais jovens do Brasil. Como foi superar uma possível desconfiança dos jogadores, empresários, imprensa e torcida?
RESPOSTA:
Os dois mais jovens acredito que somos eu e Daniel Nepomuceno do Atlético. Das séries A e B somos o “sub 40”. Com a torcida, acho que a desconfiança não existe pelo próprio período eleitoral, onde cada candidato pode apresentar suas propostas e o resultado da eleição mostrou que a torcida se identificou com as ideias e com os objetivos mais do que preocupação com idade. Dificuldades iniciais maiores são a questão da surpresa de dirigentes mais antigos, que têm mentalidade diferente, bem como o pessoal da confederação e de federações, patrocinadores que estão acostumados a lidar sempre com pessoas mais velhas, porém com o tempo as pessoas vão entendendo os nossos objetivos, sabem que como a eleição do Bahia é democrática, você tem a representatividade de várias camadas sociais e políticas do clube. E com os jogadores não há nenhum tipo de problema. Pelo contrário, é um facilitador por ter uma idade muito próxima da maioria dos atletas, então a própria maneira de pensar e dialogar traz uma aproximação ao invés de um distanciamento.

2. Qual a sua avaliação do primeiro ano de gestão?
RESPOSTA:
O primeiro ano foi um ano bom para gestão do clube. Conseguimos criar uma série de normas e procedimentos que o Bahia não tinha, de documentos de organização interna. O Bahia é um clube de 85 anos e parecia que era gerido como se estivesse lá na década de 60: completa ausência de sistema de controle, de gerenciamento, Balanços e DRE do Bahia você não encontra de vários períodos, então não é possível fazer um acompanhamento exato e enxergar o passado do clube. Não tem nada documentado. Então, a a gente teve esse processo de reorganização, de resolver alguns temas-chave que o Bahia já vinha há alguns anos tentando resolver, como obtenção das CND´s e Trancons que já está resolvido. Eram dois temas que há bastante tempo se tentava conseguir, mas por uma desorganização administrativa não conseguia. Diminuição do passivo: o Bahia tinha 180 milhões, hoje com os pagamentos que a gente fez no ano passado e com adequação do PROFUT está em cerca de 130 milhões. A gente, até onde tem de contabilizar, teve a maior receita bruta do Bahia, superando 80 milhões, então nessa parte de clube foi muito bem, mas claro que o objetivo principal esportivo principal era o acesso a gente não conquistou, então deixou uma sensação de frustração também em 2015, apesar de ter disputado duas finais e ter conquistado um título.

3. Como você administra a sua relação com a imprensa e a torcida?
RESPOSTA:
Eu me preocupo mais com a relação com o Clube, com a torcida, com os atletas, com a imprensa com isenção com independência. Conheço grande parte da imprensa baiana (mais de 95% dos profissionais), durante 8 anos militei na imprensa. Na imprensa nacional conheço boa parte também, de 2011 a 2014 fiquei exclusivamente acompanhando a Seleção Brasileira em torneios, então conheci muita gente de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas. Eu me preocupo mais com o trabalho do Clube. A opinião, crítica de imprensa e torcida é legitima. A democracia do Bahia tem independência entre seus órgãos, eu acho que a gente tem que tentar sempre construir uma relação de harmonia mas também de independência, pois no passado recente o Bahia tinha uma relação meio promíscua com a impressa e isso a gente não admite, nem eu admito como formado em jornalismo – acho isso um completo despropósito, como também como dirigente eu acredito sempre uma crítica isenta, sendo positiva ou negativa.

4. Quais as expectativas no que se refere a resultados em campo ao final desse segundo ano de mandato?
RESPOSTA:
Superemos 2015. Acredito que esse seja o principal objetivo. Claro que dentro de campo a gente quer o acesso a série A. Série B vai ser uma competição dura como foi já o ano passado, a gente tem de grande tradição o Vasco que foi rebaixado, o Goiás, que tem um estrutura boa dentro do futebol brasileiro, é um time competitivo. As equipes de Santa Catarina costumam dar trabalho, o Joinville foi campeão em 2014, foi rebaixado ano passado, o Criciúma que consegue constantemente fazer boas campanhas. Aqui no Nordeste, o Ceará, o Náutico, o Sampaio Correia. Acredito que será uma competição dura que a gente tem que extrair lições da temporada 2015 para que tenhamos muito sucesso. E trabalhar bastante também para que a gente tenha um primeiro trimestre de qualidade como tivemos ano passado. Bahia pode ser tricampeão baiano, algo que não acontece desde da década de 80, e a gente tem também a expectativa de conseguir ir além no Campeonato do Nordeste. Ano passado conseguimos ir até a final, quem sabe a gente não traz esse título para o Bahia – título que não é conquistado desde 2002, mas o objetivo principal sem dúvida alguma vai ser a série B.

5. Como é sua relação com os vários grupos que foram criados desde da Democracia Tricolor?
RESPOSTA:
Não me preocupo com esse negócio de grupo não. Tem muitas pessoas que eu converso que eu não sei nem de que grupos elas são, “ da base”, da “oposição” se são “independentes”, eu não sou muito chegado a siglas, eu acredito que a gente tem que se preocupar com o clube, se acha que o trabalho é bem feito, defende, apoia, ajuda a construir, se acha que o trabalho é mal feito, critica, propõe caminhos diferentes. Minha sigla é ECB (ESPORTE CLUBE BAHIA). Questão de grupo, claro que eu tenho mais afinidade com alguns grupos que vieram juntos desde a época da eleição, mas eu acho que para o clube o mais importante é se preocupar com a instituição, a gente é ECB em qualquer lugar, esse tem que ser sempre o foco. Respeitando a instituição, pode ser feita qualquer crítica, qualquer elogio, mas o principal é ser propositivo. Muitas vezes, aí eu falo como presidente, eu sinto que o clube é atacado por interesses pessoais, não por interesses institucionais. Isso eu não entendo, porque a busca tem que ser de construir um clube melhor. Se a diretoria erra, o melhor é você propor o caminho a ser seguido.

6. E a relação com o CD?
REPOSTA:
O Conselho querendo ou não é um órgão político. O Conselho tem teoricamente 6 grupos representados – tendo como base a eleição passada, 6 chapas que tem representatividade. Isso é bom para a instituição porque mostra a pluralidade em pensamentos, são pessoas de nichos sociais diferentes, trajetórias diferentes, de mentalidade diferentes. Quando você tem essa pluralidade, facilita para que você tenha um pensamento mais amplo, mais completo e isso para a instituição é bom. Agora, a gente tem que canalizar a nossa energia para construção. Estamos em um período de reconstrução, após uma série de desmandos, do final da década de 90 e início dos anos 2000. Então, a gente tem que fortalecer a nossa democracia, nosso trabalho institucional, os nossos posicionamentos dentro do futebol brasileiro, em que o Bahia como pioneiro tem proposto uma série de debates, não concorda com diversos aspectos da gestão que o torcedor brasileiro se acostumou e que levou o nosso futebol a esse descredito e essa série de acusações aí (FBI, FIFA), que desgastam nossa imagem e até mesmo nosso auto estima e capacidade de agregar valor, agregar patrocínio, agregar pessoas. Dentro do Conselho, o ambiente aos poucos tem melhorado.

7. Qual legado o senhor pretende deixar ao final desse mandato?
RESPOSTA:
Um clube estruturado, um clube que tenha condições de se programar em seus investimentos, que tenha resolvida a sua questão patrimonial, para que a gente possa continuar desenvolvendo um trabalho de excelência, mas principalmente um clube organizado, bem administrado para que as diretorias que me sucedam, consigam trabalhar o Bahia bem, com profissionalismo. Com documentação toda completa sem grandes problemas jurídicos, sem os dificultadores que a gente tem hoje. Se você for pegar na parte financeira, no ano de 2015 a gente pagou cerca de 27 milhões referentes a débitos de administrações anteriores, seja de parte trabalhista, cível, etc, isso dificulta o crescimento da instituição. Então, é esse legado que quero deixar: o Bahia consolidado na sua posição patrimonial e administrativamente bem montado para que essa empresa gere orgulho dentro do campo para o seu torcedor.

8. O torcedor Marcelo Santana, tem alguma história curiosa sobre o Bahia para nos contar?
RESPOSTA:
Curiosa especificamente não lembro de nenhuma agora, mas acho que como todo torcedor a identificação com o estádio. Torcedor se faz na arquibancada, torcedor se faz no dia a dia vivenciando o clube. Na velha Fonte Nova, eu sempre que ia não precisava marcar com ninguém, já sabia onde as pessoas ficavam, sempre sentei no anel superior, no lado esquerdo de onde ficava a Bamor , entre a segunda e quarta torre – hoje seria mais ou menos no setor leste intermediário. Sempre foi um programa que eu gostava muito. Eu ia com meu pai, parávamos o carro na vila olímpica e muitas e muitas vezes eu acompanhava o pós jogo ali, nos engarrafamentos ouvindo Armando Oliveira comentando e Djalma Costa Lima narrando. Minhas lembranças mais antigas são todas no estádio, era um ambiente muito bom. O jogo mais antigo que me lembro foi na semifinal de 88 contra o Fluminense.

9. O programa de sócios do Bahia é um sucesso? O senhor considera que está consolidado?
RESPOSTA:
Eu acho que o programa de sócios do Bahia é uma nova ferramenta para estimular a participação na vida do clube e um facilitador para aquele torcedor que quer comodidade seja para adquirir ingresso ou que queira benefícios como os descontos. Ainda não considero ele um sucesso. Considero ele um processo de buscar o melhor programa de sócios que o Bahia possa fazer, que seja rentável também para o clube, pois tem torcedor que quer na verdade que o clube banque seus custos quando é o torcedor que tem que construir o clube, senão a gente vai fazer um financiamento que tinha, mal comparando, que o Bahia dava ingressos para organizadas. As organizadas que tem que ajudar o clube a crescer. Se o clube pode facilitar alguma ação com as organizadas, com torcedor comum, com as famílias, o clube pode ser um facilitador. Mas o clube tem seus limites institucionais, ele tem que tratar todos torcedores e principalmente todos os sócios com a mesma regra. O clube não pode facilitar para determinados grupos com benevolências, então acho que o plano de sócios do Bahia já consegue abranger perfis diferentes de pessoas, classe social, se é homem ou se é mulher para estimular a presença do público feminino, questão de distância para o torcedor que não tem possibilidade de explorar os mesmos benefícios ele tem uma compensação financeira, principalmente nessa questão de acesso ao estádio. O torcedor hoje que tem o novo plano e que tem com o acesso garantido, tem a sua identidade na carteira de sócio do Bahia, essa sensação de pertencimento que é muito importante para gente, a participação ativa do conselho deliberativo que são sócios também, participação em assembleias, eu acredito que estamos no caminho de consolidação da democracia no Bahia. Claro que o plano de sócios precisa de ajustes, mas para isso precisamos saber quais são as necessidades da torcida e caminhos que a gente precisa para implementar essas mudanças. O plano que temos hoje é muito bom, mas para ele ser um sucesso a gente precisa mudar a mentalidade do torcedor: o torcedor tem que ajudar a construir o clube que ele quer e não virar sócio quando o clube tiver com tudo pronto.

10. Referente à Cidade Tricolor, qual a real chance de ser utilizada?
RESPOSTA:
O Bahia hoje tem uma negociação amigável com OAS para buscar um entendimento. Eles estão em recuperação judicial, então isso é um dificultador e a gente também tem um processo no judiciário para garantir a segurança do Bahia, para que a OAS não possa (isso tá em caráter liminar), disponibilizar nem a Cidade Tricolor, nem o Fazendão e nem o terreno no Jardim das Margaridas. Então, a gente tem as duas possibilidades de entendimento, seja judicial ou amigável. Sabemos que a amigável é a melhor para as duas partes, porque judicialmente poderia se arrastar durante muito tempo e a gente espera que esse ano de 2016 consiga fechar o acordo que seja mais benéfico ao Esporte Clube Bahia. A gente entende que o acordo original não foi muito bom e não foi cumprido – esse foi o nosso posicionamento perante o Judiciário, e a gente quer um acordo porque é melhor para as duas partes. Agora tem que ser um acordo que seja bom e benéfico ao Bahia. Não posso acrescentar, infelizmente, nada a mais que isso. É uma situação que o Bahia monitora semanalmente.


11. O Bahia vem realizando manutenções constantes nas instalações da Cidade Tricolor?
RESPOSTA: Não. Juridicamente a Cidade Tricolor é um patrimônio da OAS, ela nunca foi passada para o nome do Esporte Clube Bahia. O clube nunca foi chamado para fazer uma vistoria de final das obras para que pudesse receber esse equipamento. O Bahia tem sim feito manutenções e investimentos no Fazendão, que é o patrimônio que embora não esteja no nome, o clube tem a posse e temos investido sim na requalificação desse equipamento. É onde hoje nós temos nossa base administrativa e onde é feito todo o trabalho de campo da parte técnica.

12. Vimos seu nome cogitado pelos clubes para ser candidato a presidência da CBF o que acha disso?
RESPOSTA:
Eu sou presidente do Bahia e com muito orgulho. Acredito que nenhum cargo que eu venha futuramente ocupar vai ser maior que o cargo de presidente do Bahia, isso eu digo porque o Bahia envolve uma questão sentimental também, eu tenho um vínculo afetivo com clube. Eu torço mais pelo Bahia do que pela Seleção brasileira. Acredito que igual a maioria dos torcedores brasileiros, a gente tem uma identificação muito grande com os clubes que não temos pela Seleção. Talvez seja na minha geração de quem tem 30 para seus 40, não sei se os mais velhos tinham mas acho que não. Vejo o exemplo na minha família, meu pai, meus tios… percebo que a identificação com os clubes é maior. Essa especulação que teve envolvendo meu nome, acho que é reflexo do trabalho que a gente tem feito no Bahia e nas discussões que o Bahia tem se envolvido, seja de direito de televisão em moldes mais justo da parte da distribuição dos direitos seja em outras discussões como no ano passado referente ao Profut, do próprio modelo de administração, da sustentabilidade, do equilíbrio financeiro, do estatuto do Bahia, da democracia do clube, da participação da torcida. Então, acredito que essa especulação do meu nome é reflexo de todo trabalho que tem sido feito no Esporte Clube Bahia e eu como presidente do Clube termino me beneficiando, bem como de uma série de debates que há muito tempo o Bahia vem fazendo, do clube democrático, do clube mais aberto, de ser um clube transparente, isso não é um posicionamento meu, é um posicionamento da torcida do Bahia, eu me candidatei e fui eleito pela torcida do Bahia, termino representando essa série de valores que o Bahia carrega com ele. Mas a minha pretensão é fazer um grande trabalho que possa mudar a história do nosso clube para que eu, como torcedor do Esporte Clube Bahia, possa ter cada vez mais alegria e orgulho com nosso Clube.

13. Próximo ano terá mais um processo democrático eleitoral, você já vem pensando nisso?
RESPOSTA:
Não penso ainda nisso. Acho que pro Bahia não é bom pensar nisso também, seja grupo que se intitula situação, seja grupo que sim intitula oposição ou ainda grupo que se intitula independente, por que faltam 20 meses para esse processo e a gente precisa canalizar a nossa energia na construção de um clube melhor. Quando a gente chegar no segundo semestre do ano que vem, o torcedor vai poder ter avaliado melhor o trabalho dessa diretoria, se cumpriu ou não com as expectativas e se alguém que se apresenta eventualmente como candidato pode ser uma alternativa melhor ou não, mas isso, eu acho que é um debate lá para o segundo semestre de 2017. Para que a gente tenha a unidade em prol do Esporte Clube Bahia, independentemente da preferência de cada um, acredito que todos nós somos torcedores do Bahia, claro que cada um tem seu entendimento de qual é o melhor caminho a seguir para que esse clube seja o que desejamos, mas acho que essa questão política deve ser da debatida no momento oportuno. O direito que eu tenho hoje – que o sócio me deu, é de ser presidente do período de dezembro de 2014 até dezembro de 2017 e espero exercer esse direito da melhor maneira possível para o bem do nosso Clube.

14. Qual o grande aprendizado tirado neste primeiro ano de mandato?
RESPOSTA:
Muitos. A gente aprende de diversas maneiras, o Bahia profissionalmente é um doutorado e mestrado somados porque você se relaciona com muitas pessoas de sucesso profissional, você se relaciona com os altos executivos de emissoras de TV, com os patrocinadores do fornecimento de material esportivo, se relaciona com presidente de os clubes, de federação, de Confederação, com os principais jogadores do futebol brasileiro você também termina tendo contato. Você está em contato constante com as pessoas que ocupa os principais cargos dentro do mercado esportivo, então isso profissionalmente é uma satisfação muito grande. Eu minha vida inteira quis trabalhar com esporte, é a coisa que eu mais gosto na minha vida, independentemente de formação profissional. Eu tenho formação em jornalismo, fiz MBA em Marketing e Branding, mas o que é bom pra mim é o esporte, essa adrenalina, esse convívio. Pessoalmente também é um aprendizado grande, porque você deixa de ser uma pessoa comum e vira um cargo, passa a ser avaliado e então você escuta muitas coisas que você não concorda, alguns até faltam com respeito e mesmo assim você tem que manter uma postura por conta do cargo. Isso para mim é um desafio pois sou uma pessoa de personalidade forte, tenho um pavio um pouco curto, então o cargo tem me feito ser um pouco mais calmo, ouvindo um pouco mas sem falar nada, consequentemente você pessoalmente também vai mudando, vai ajustando um pouco sua personalidade. No convívio familiar você também tem que dosar isso – preciso melhorar muito nisso, eu me dedico muito ao trabalho e às vezes deixo minha família um pouco de lado, tanto mulher quanto minha filha, e com os outros familiares também o relacionamento diminui, então você vai sendo modificado pela posição que você ocupa. Claro que é uma posição transitória, o mandato tem a sua limitação de 3 anos e no Bahia é permitido no máximo uma reeleição, então você muda muito como pessoa e os aprendizados são diversos. É uma experiência única, prazerosa e extremamente desgastante.

15. Porque a DE decidiu compartilhar com o CD as propostas do EI e da Rede Globo?
RESPOSTA:
A decisão envolvia diretamente quatro mandatos: o atual, que assinou o contrato, e os três próximos: 2017/2020; 2020/2023 e 2023/2026, pois coincidem com o período de duração do contrato, de 2019 a 2024. Assim, a proposta do Esporte Interativo foi escolhida pela Diretoria Executiva e, embora não seja uma exigência estatutária, foi levada aos conselheiros em encontro informal e depois apresentada formalmente, junto com a proposta da Rede Globo de Televisão, pela importância do contrato e também em respeito ao órgão, que tem papel fundamental para respaldar uma decisão que impactará no futuro do Clube.

16. O que a DE achou do resultado da votação?
RESPOSTA:
Excelente, tanto o resultado como a postura dos conselheiros, que questionaram, tiraram dúvidas e puderam se posicionar entendendo o contexto.

17. Existe algum planejamento financeiro com o recebimento do valor relativo as luvas que serão pagos pelo EI?
RESPOSTA:
O tema está em discussão na diretoria. Temos debatido um planejamento estratégico para o Bahia. Contudo, parte da verba será investida diretamente no futebol para qualificar o time e também a infraestrutura de trabalho. Não há dúvida.

18. Presidente o Senhor acha que uma decisão de rompimento com umas das maiores emissoras do pais possa afetar direta ou indiretamente algum patrocínio para o ECB?
RESPOSTA:
O Bahia ganhou mais um parceiro: o grupo Turner (Esporte Interativo), que já é muito forte e tradicional nos esporte dos EUA. O Bahia não rompeu com a Rede Globo de Televisão. Temos contrato válido de 2016 a 2018 com a Globo de Televisão para os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro na: TV aberta, TV fechada, Exploração Internacional, Placas, Telefonia Móvel, Internet e ainda o Pay Per View (PPV). Existe também vínculo válido de 2016 a 2020 para os direitos de transmissão do Campeonato Baiano.

19. Caso o EI acerte com 8 clubes no mínimo, fazendo uma projeção, quanto o Bahia receberia em média por ano com o novo contrato de TV fechada?
RESPOSTA:
Depende de quais serão estes oito clubes e de quais estarão na Série A em cada uma das temporadas de 2019 a 2024. A mecânica da divisão da verba total será 50% igualitária, 25% pelo desempenho e 25% pela audiência. Há algumas variáveis envolvidas. Em 2015, o Corinthians, campeão Brasileiro, ficou com cerca de R$10 milhões da TV fechada. Imagino que cada clube contratado pela Turner (Esporte Interativo) possa até dobrar este valor.

Entrevista feita por Marcio Paiva, Caio Noblat e Rodrigo Menezes