Hoje eu ouço muita gente dizendo “não vou dar dinheiro ao Bahia”, ou então como a própria campanha do clube indica “o que eu ganho com isso?”, mas há 10 anos atrás, a única coisa que eu ouvia era “você é maluco, isso nuca vai mudar”.

Bom, a parte do “maluco” pode até ser verdade, mas que nunca iria mudar felizmente não só não foi verdade como também é inimaginável que voltemos àquela situação do passado. E, tudo isso só foi possível graças ao pensamento de “ser sócio”. A ação que resultou no início da intervenção foi feita por um sócio (Jorge Maia), a sequência da intervenção também continuou por conta das associações em massa que ocorreram assim que Carlos Rátis, interventor designado pelo Ministério Público, alterou o processo que antes tinha o claro intuito de impedir novas associações. O clube finalmente foi aberto aos seus torcedores, que em menos de 24 horas tiveram mais de 10 mil novos sócios cadastrados, um recorde. Foram também os sócios que votaram e aprovaram as mudanças no estatuto que nos permite dizer que somos o time mais democrático do país.

Se hoje para ser sócio é possível se cadastrar pela internet, pelo whats’app (que em 2008 nem existia) ou até mesmo com o recém-lançado Sócio Delivery (onde o clube envia um funcionário até um grupo de pessoas que desejam se tornar sócios), em 2008 a realidade era bem diferente. Era necessário ir até a sede praia e achar alguém com boa vontade para ajudar, já que não haviam fotocopiadoras nem impressoras para que nada fosse impresso ou recolhido de documentação naquele ato, além de uma jóia de 200 reais (a vista ou 250 parcelado em 5x). A mesma dificuldade era para pagar as parcelas, já que os boletos quase sempre não chegavam em sua residência, o que obrigava o sócio a ir na sede de praia para pagar os boletos.

Minha história como sócio do Bahia se confunde com o nascimento da Revolução Tricolor, afinal 19 dias antes houve sua 1ª reunião, quando decidimos que seríamos um grupo de sócios do Esporte Clube Bahia, por entender que era o único meio de ajudar o clube a se livrar de suas mazelas e conseguir retornar para dias melhores, com democracia, transparência e profissionalismo. E hoje tenho muito orgulho de dizer que tenho 10 anos como sócio do Esquadrão de Aço. E esses 10 anos completados hoje, coincidentemente acontece justamente no período que o clube atingiu a marca dos 20 mil sócios, o que é muito bom, mas precisamos de mais.

Então, a você que ainda não é sócio, mas é torcedor do Bahia, eu peço que procure informações, os benefícios e que pelo motivo que for, seja para ganhar a camisa ao final de 12 meses, beber cerveja mais barato na Fonte Nova, poder votar para presidente, se candidatar aos cargos eletivos do clube, poder ter voz e vez no Bahia, ir ao estádio pagando ingresso mais barato, apenas para ajudar seu clube do coração, lutar por alguma mudança que julgue necessário ou qualquer outro motivo que o valha, seja sócio. Eu sou por todos esses motivos listados acima, e hoje completo 10 anos como sócio do Bahia, comece a sua história agora e escreva algo parecido com isso em 2028.